Boa Noite, internautas que acompanham o blog Tambores de Orunmilá... sou Rodrigo Correia dos Santos, administrador responsável pelo blog, sou médium, ogan e sacerdote umbandista.
Estrelando a segunda entrevista dessa sessão, fomos bater um papo com Marcel Oliveira, médium, sacerdote umbandista, mago, escritor e dirigente do Templo Mãe Divina que faz a sua estréia literária, com uma obra excelente e fundamental para todos os adeptos da Umbanda Sagrada.
Tambores de Orunmilá - É muito difícil autores, disponibilizarem suas obras em arquivos PDF para baixarem, porque você optou por essa ferramenta de divulgação?
Marcel Oliveira - Por que este livro carrega uma mensagem tão importante acerca de Sr Zé Pelintra na Religião de Umbanda que acredito que este é o melhor meio de propagar este livro, gratuitamente e através do formato PDF onde todos tenham acesso rápido a esta obra e possam entender Sr Zé Pelintra em nossa amada religião.
Tambores de Orunmilá - Marcel aos 35 anos você abriu seu próprio espaço Templo Mãe Divina, o que você diz de casos de médiuns, onde não tem preparo algum tanto teórico quando prático de abrirem suas próprias casas, e em alguns casos com o próprio consentimento e autorização de seus dirigentes?
Marcel Oliveira - Existem casos e casos sobre esse tema...
Antigamente, um Templo se fundava Templo de Umbanda quando havia um chamado para esta missão do guia chefe do médium. Nesta época, não havia estudo teórico acerca de nossa religião e os mistérios e formas de trabalham eram transmitidos dos mais velhos para os mais novos de forma velada e oral. Com esta renovação em nossa religião, com cursos de teologia, sacerdócio e toda a estrutura montada pelos guias mestres e mentores de Umbanda para a fundamentação destes mistérios de forma organizada e harmonicamente distribuída, esquecemos esta maneira antiga de transmissão, dos mais velhos para os mais novos...
Respeito todas as vertentes de Umbanda e acredito que só não é correto abrir um Templo ou Terreiro de Umbanda através do ego e vontade própria, sem que se tenha um real chamado do astral.
Não adianta estudar milhares de cursos, sem um real chamado do astral, não tem o porquê fundar um terreiro.
"Eu sou de Umbanda Sagrada e passei anos estudando sem parar e com muito afinco e amor, porém, só fundei o Templo de Umbanda Mãe Divina em São Paulo - SP quando realmente recebi este chamado de Sr Zé Pelintra para reabrir este Templo", pois antes de conhecer a Umbanda Sagrada já tinha um Templo na cidade de Pirassununga em um Haras no qual tomava conta para o meu tio e tive que fechar porque meu tio vendeu o haras e voltei para a cidade de São Paulo.
Tambores de Orunmilá - Quando ouvimos falar o nome "Umbanda" é automático lembrarmos de Zé Pelintra. É a entidade que 100% da população sendo ela, religiosa ou não já ouviram falar, é por esse motivo que a imagem do Sr Zé Pelintra é tão generalizada na sociedade?
Marcel Oliveira - Um dos principais mistérios do Sr Zé Pelintra é exatamente o de ser um arquétipo do povo, da magia e da sabedoria popular, do molejo e traquejo da vida, da alegria de viver que está em nossa sociedade...
"Zé Pelintra representa nossa música popular, nosso sorriso, nossa batalha no dia a dia, nossa fé e nossa vontade de viver e sermos felizes independente de como nosso país se encontra..."
Sem contar que ele faz um trabalho na Umbanda muito especial... Sr Zé ensina sorrindo, repreende cantando, trabalha dançando e cura muitas vezes apenas com suas palavras sabias e direcionadas para nossos corações e nossa almas.
Zé Pelintra é do povo, é de todos, é nosso amado Pai!
Tambores de Orunmilá - Em Pirassununga no haras, onde começou os primeiros atendimentos, qual a expectativa que passava pela sua cabeça? Imaginava que iria trilhar esse caminho tão vencedor dentro da Umbanda Sagrada e a frente de um Instituição tão respeitada como o Templo Mãe Divina?
Marcel Oliveira - Em Pirassununga, não conhecia nenhuma vertente, confiei em Sr Zé a cada segundo, e não tinha maiores expectativas a não ser a de fazer tudo certo nos dias de trabalho e ajudar a quem viesse nos procurar, pois era o começo de um trabalho, na zona rural de Pirassununga onde para variar todos precisavam de infra estrutura, como médicos, escolas... e não tinham quase nenhum apoio do governo... quando se dirigiam ao Templo, tinham os mais diversos problemas que com muito amor e entrega deixava que Sr Zé tomasse a frente dos trabalhos e ajudasse a todos os que procuravam.
Quando conheci a Umbanda Sagrada, comecei meus estudos e tudo começou a mudar dentro de mim no que diz respeito a "auto-confiança" e o conhecimento dos fundamentos da Umbanda, coisa que Sr Zé me passava quando comecei a estudar, tudo ganhou profundidade e clareza no meu ser.
Tambores de Orunmilá - Como você observa esses casos de ataques de intolerância religiosa que vêem movendo o Brasil e principalmente o Estado do Rio de Janeiro?
Marcel Oliveira - Uma fase muito complicada mesmo... é muito triste ver irmão atacando irmão em nome de Deus, em nome de verdades que alguns julgam como absolutas.
"Na minha opinião, Deus não colocou em nenhuma religião a verdade suprema! - Deus dividiu esta verdade em frações e estas frações estão em cada religião que o homem criou".
Cada religião tem uma parte da verdade absoluta de Deus, e desta forma o melhor a fazer seria unirmos em nome de Deus e do amor as religiões para que todas coexistissem de maneira respeitosa e harmoniosa. Mas por enquanto está difícil esta utopia.
Algo deverá ser feito para que não haja jamais violência verbal, física, ou política contra religiões.
Que Deus, Olorum, Alá... nos ajude!
Tambores de Orunmilá - No Brasil não falta mais união entre as Instituições, médiuns, e dirigentes independentes do culto praticado?
Marcel Oliveira - No Brasil, o que mais falta é isso mesmo.
Tenho um projeto chamado "Umbandas" que desenvolvi junto com meu irmão e Pai pequeno do Templo Mãe Divina que aborda como tema principal a união entre as vertentes de Umbanda!
"Muitos Umbandistas já estão cansados de brigas e tumultos causados por federações, sacerdotes e médiuns que nada entendem sobre a Religião!
Umbanda é uma religião, e suas vertentes são caminhos desta religião que nos levam a um mesmo lugar, Olorum! - Sempre digo que quando vou a outro Templo de Umbanda, não sou visita, sou filho daquele Templo, pois minha religião tem várias moradas e quando vou à outra morada que não seja a minha, sinto que também estarei na minha morada em outros Terreiros e Templos de Umbanda pois lá está Olorum e os Sagrados Orixás da mesma forma... então, bato minha cabeça aos sacerdotes e dirigentes e, como filho de Umbanda, rezo com muito amor e alegria nos Templos que Olorum criou através de seus dirigentes e sacerdotes."
Se todos pensassem desta forma, acabariam as diferenças e as brigas tolas entre as vertentes.
Sobre outras religiões, deixarei que seus representantes falem por elas, pois tudo o que eu disser acerca de uma religião que não é minha, estarei supondo por não entender a fundo o que se passa no coração de outra religião.
Tambores de Orunmilá - Na internet existem milhares de sites, blogs que falam sobre Umbanda, para as pessoas que estão começando agora dentro da religião, não seria interessante a criação de um portal onde se localizam todas as informações selecionando sites para o portal?
Marcel Oliveira - Conheço vários projetos a este respeito, porém, o mais difícil seria organizar e convencer os donos dos blogs e sites a entrarem no portal exatamente pelas diferenças de idéias e vertentes... triste, mas é fato!
Tambores de Orunmilá - Como foi a produção dessa obra riquíssima que só tem a agregar ainda mais a Umbanda? E qual o peso que foi pra você particularmente sendo um grande conhecedor dessa entidade de luz?
Marcel Oliveira - Confesso que demorei até para lançar esta obra pelo simples fato de que são informações de maneira tão natural que acredito que todos os que leem este livro, poderá sentir a energia de amor em cada página.
Pra mim é uma honra poder ser mais um umbandista que serve a Deus e a espiritualidade para transmitir informações vindas de guias mestres e mentores de Umbanda.
Tenho mais três livros prontos e aguardo a ordem do lado espiritual para lança-los em seu devido tempo.
Tambores de Orunmilá - Como você mesmo diz no livro as primeiras manifestações de Zé Pelintra na Umbanda, as pessoas associaram a Exu. E até hoje tem dirigentes, médiuns que cuidam e saldam essa entidade sendo da linha da esquerda, podemos afirmar que seria um caso de cultural em cada região do país?
Marcel Oliveira - Sim e não...
Zé Pelintra não é Exu! Ele é um mestre que trabalha na fumaçada da direita e da esquerda.
"Na Umbanda, Sr Zé Pelintra formou sua falange de espíritos afins com seu mistério de atuação e neste caso, sim, existe Zé Pelintra Exu, Baiano e até Preto Velho... sem contar linha de Malandros sob tutela..."
Mas quando falamos de Mestre Zé Pelintra, ai podemos classifica-lo como de direita e esquerda pois transita em linhas de trabalhos na Umbanda.
Independente a região do país, Sr Zé mestre sempre será mestre. e Sr Zé na Umbanda, sempre será Sr Zé onde pisar.
Tambores de Orunmilá - O livro é muito bem escrito, de fácil entendimento e tudo indica que haverá continuação. Já está trabalhando na produção de uma nova obra?
Marcel Oliveira - Ele está a todo vapor e irá surpreender a todos com a riqueza de informações acerca de Sr. Zé.