terça-feira, 18 de setembro de 2012

Caboclo Pery - Desenvolvimento Mediúnico


Uso das Ferramentas pelos Guias Espirituais

Por: Newton Carlos Marcellino, 1 Setembro de 2012, Jornal Nacional da Umbanda, edição 44, páginas  13, 14 e 15
Muitos guias espirituais usam ferramentas para absorver energias condensadas, atrair ou 
projetar ondas vibratórias, descarregar os médiuns e os consulentes de energias negativas, etc.
Para muitos que desconhecem os fundamentos da Umbanda, para os que estão iniciando 
na religião ou mesmo para aqueles que estão apenas visitando um terreiro para tomar um passe, 
as ferramentas utilizadas pelos guias aparentam ser apenas adereços e símbolos para chamar a 
atenção e tornar o ritual cheio de pompas.
Mas tudo na Umbanda tem sua razão de ser e existir. Nada é por acaso.
Antes de explicar para que servem as ferramentas utilizadas pelos guias espirituais, vamos 
conhecer algumas:
• Pretos / Pretas velhas: cachimbo, bengala, rosário, terço, figa, crucifixo, lenço, xale, chapéu 
de palha, cigarro de palha, etc.
• Exú: tridente, corrente, marafo, charuto, cigarro, capa, cartola, guias de aço, etc.
• Pomba-gira: batom, cigarrilha, anéis, colares, saias, lenços, joias, etc.
• Caboclos de Oxóssi: penachos, cocares, arco e flecha, charuto, cuia, etc.
• Caboclos de Ogum: lança, espada, elmo, espada de São Jorge ou Ogum, etc.
• Caboclos de Xangô: oxé (machado de pedra de duas pontas), pedras, charuto, etc.
• Baiano: chapéu, cigarro de palha, badulaques, coco verde, facão, etc.
• Marinheiro: boné branco, copo com pinga, cigarro, cordas, etc.
• Boiadeiro: chicote, chapéu, cinto, lenço, etc.
• Obaluaye / Omulú: roupa de palha da costa, xaxará, pipocas, etc.
• Cigano: baralho, lenço, incenso, pedras, joias, almofadas, etc.
• Erês: brinquedos, bexigas, doces, bebidas, óculos coloridos, bonés, saias, etc.
Há outras linhas de trabalho nos terreiros, por isso enumeramos as mais conhecidas com 
apenas algumas ferramentas que cada uma delas utiliza, cada qual com sua devida utilidade não 
servindo apenas como mero adereço, como um batom, por exemplo.
Para que servem as ferramentas?
Algumas ferramentas como chapéus, cocares, capas, saias, etc., servem como proteção ao 
médium girante; outras como bengalas, tridentes, espadas, flechas, etc., servem como um meio 
para descarregar o médium ou o consulente; e há também as ferramentas como incenso, joias, 
pedras, coco verde, doces, bebidas, etc., que servem para atrair e carregar o médium girante com energia positiva, ajudando no seu fortalecimento, equilibrando-o e acalmando-o.
Não há uma regra com relação à função de cada ferramenta, pois os guias utilizam a mesma ferramenta para diversos usos, dependendo de sua vontade e do objetivo que ele quer atingir, 
como por exemplo, a bengala do preto velho pode descarregar o médium, mas também pode servir 
como meio para atrair energia positiva e carregar o médium.
Como são utilizadas as ferramentas?
Cada guia espiritual utiliza a ferramenta de acordo com seu fundamento e axé e há variação 
no uso ou no tipo de ferramenta até mesmo entre guias de mesma linha - como a linha de caboclos 
Pena Branca, onde um caboclo pode utilizar um cocar e outro utilizar apenas uma cuia com água e mel. 
O médium girante também influencia na escolha da ferramenta, pois o seu corpo é um transmissor e receptor de energias, mas a facilidade por onde “entra e sai” energia do seu corpo (que Basta saber pedir, saber bater, para que o Divino Criador lhe atenda. É religioso: porque é um ato de fé. Porque é realizado dentro de um Templo de Umbanda Sagrada e também, porque 
é realizado por um sacerdote ou sacerdotisa, que trás em si a outorga de realizar o Culto Mágico 
Religioso, dentro do ritual de Umbanda Sagrada.
O Templo de Umbanda Sagrada Pai Benedito de Aruanda, vem realizando o Culto Mágico
Religioso no inicio dos seus trabalhos espirituais. Porque entende que desta forma, vai internalizando nos corações de todos que a buscam os conhecimentos Divinos, como mais uma forma de 
louvar Deus e seus Divinos Tronos, (os Sagrados Orixás da Umbanda) e atender a muitos de uma 
só vez pode ser através das mãos ou dos pés ou da cabeça ou do tronco, etc.) é o que ajuda o guia a 
definir qual ferramenta utilizar.
Para fazer o uso das ferramentas iremos descrever - com linguagem humana e pobre - como 
um (a) preto (a) velho (a) faz uso das mesmas:
I. Chapéu de palha, lenço, xale, etc.
a. Energia positiva: atrai bons fluídos e energia para a coroa do médium.
b. Energia negativa: protege a coroa do médium de vibrações negativas que estão no ambiente e 
ainda não foram processadas durante o ritual.
II. Cachimbo, cigarro de palha, cigarro, etc.
a. Energia positiva: o odor do fumo sendo queimado atrai bons fluídos ao médium e ajuda na concentração. 
b. Energia negativa: queima os miasmas do corpo do médium e dos consulentes.
III. Rosário, terço, figa, crucifixo, guia de contas, etc.
a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para ser repassado ao 
médium ou aos consulentes. Também serve como meio para o médium se concentrar no trabalho 
do guia.
b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente 
sendo descarregada quando a ferramenta é jogada ao chão ou quando ela quebra.
IV. Bengala, espada de Ogum, lança de Ogum, galho de guiné, etc.
a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para serem repassadas 
ao médium ou aos consulentes.
b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente 
sendo descarregada quando a ferramenta é batida no chão.
V. Comidas e bebidas como café, bolo de fubá, mandioca, arroz, etc.
a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para ser repassado ao 
médium ou aos consulentes.
b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente 
sendo descarregada quando descartado (cuspido) no “cuspidor”.
VI. Tapete de folhas, tapete de palha, chinelo de palha, etc.
a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina localizado no congá para 
ser repassado ao médium ou aos consulentes.
b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente 
sendo descarregada quando o guia bate os pés e ou as mãos contra a ferramenta ou contra o chão.
Para deixar bem claro, quem direciona o tipo de energia, positiva ou negativa, para a ferramenta é o guia espiritual, pois é ele que está visualizando o excesso ou a falta dessas energias, é ele que sabe como manipular essas energias, sem afetar o médium ou o consulente.
Mas quem é que define as ferramentas que os guias utilizarão nos trabalhos? Os próprios 
guias!
Por mais “legais e belas” que achamos algumas ferramentas, e até gostaríamos de presentear nossos guias, somente os guias é que pedirão, ou não, as ferramentas. Somente os guias é 
que sabem quais as ferramentas que eles mesmos utilizam e se são ou não necessárias. 
Há casos em que alguns terreiros proíbem o uso de ferramentas pelos guias, mas é claro 
que os guias sabem dessa “proibição” e por isso, manipulam as energias de outras maneiras, refor-
çando o direcionamento das energias para assentamentos ou para o altar, por exemplo.
E se o médium girante quiser presentear um guia espiritual com uma ferramenta? E se um 
consulente presentear o guia espiritual de um médium com uma ferramenta?
Quando decidimos presentear um guia espiritual que trabalha conosco, através do uso de 
nossa mediunidade, o melhor que se tem a fazer é perguntar para ele (ou pedir para que outra 
pessoa pergunte para o guia) se o presente será útil ou será uma coisa para atrapalhar. Acredite: 
se o guia precisar de uma ferramenta ele pedirá ao médium ou ao cambono do médium girante, e 
às vezes, o que chamamos de “intuição”, como num caso desses, pode ser apenas uma “vaidade” 
de nossa parte. Todo cuidado é pouco.
Se um consulente resolve presentear o guia espiritual devemos ter em consciência o seguinte caso: a consulta com o guia espiritual é gratuita, logo um presente pode caracterizar, indiretamente, como pagamento por um “serviço bem feito”.

A vaidade do médium também pode ser exacerbada com este ato. 
O procedimento neste caso é: alertar para que os consulentes não ofereçam presentes aos 
guias espirituais, mas caso aconteça, o consulente deve oferecer o presente diretamente para o 
guia que saberá o que fazer com o presente. 
E para finalizar este texto, uma dúvida de muitas pessoas é: uma guia de contas estourou 
durante a gira, isso foi descarrego? Sim e não. Sim se o médium estava muito carregado negativamente e a única ferramenta que estava em seu poder era a guia de contas, daí, em decorrência do 
excesso de energia ela pode estourar. Porém não é sempre que uma guia de contas estoura em 
decorrência do excesso de energia. 
O médium constantemente molha a guia de contas em banhos de firmeza, amaci e até 
mesmo com o próprio suor. Alguns colocam as guias para energizar com a luz solar ou com a luz 
lunar.  Esse processo de molhar e secar a guia por diversas vezes faz com que o fio de nylon da 
guia de contas não suporte tanta variação e quebre, e claro, como o médium só utiliza a guia de contas em dias de gira, é nesse momento que vai haver o “estouro” da mesma, e isso não é descarrego.

O que buscamos na Umbanda

por: Tininha - Jornal nacional de Umbanda 
1 Setembro de 2012, edição : 44 página 15
     
Quando decidimos nos dedicar a um caminho religioso na Umbanda? Muitas vezes estamos cansados 
da nossa maneira de ver a vida, de não nos importarmos com os problemas que nos cercam e com os nossos 
irmãos.
O que buscamos? Buscamos por virtudes! Virtudes essas, que por muitas vezes já temos, porém estão 
adormecidas e são bases importantes em toda nossa jornada. A partir do momento que nós nos dedicamos de 
coração, tudo vai ficando mais claro.
Uma dessas grandes virtudes é a gratidão. A gratidão nunca vem sozinha, ela está sempre acompanhada de uma série de outros sentimentos: amor, amizade, humildade, e etc.
É importante não confundir gratidão com adoração ou outro tipo de lisonja.
Quem não ama (seja qualquer um dos exemplos de amor: de pai, de mãe, de irmão, de amigo) não é 
grato. 
Quem não ama não é aquele que odeia, mas sim aquele que é indiferente. A falta de gratidão é resultado 
da incapacidade de retribuir e por isso está ligada
ao egoísmo e à apatia.
Afinal agradecer é reconhecer, é retribuir. Mesmo que as coisas não aconteçam da forma que desejamos. Pois nem sempre a oportunidade de crescimento e evolução vem fácil.
A gratidão é um dom de troca, é amor puro, é amor verdadeiro e por isso se aproxima
tanto da solidariedade/caridade (como uma gratidão incondicional).
A gratidão é um mistério, é peça fundamental na vida de todos nós, é a mais agradável
das virtudes. A gratidão é definitivamente o caminho para o bem maior.
Portanto, devemos ser gratos, pois tudo está a serviço do nosso crescimento, proporcionando expansão 
de consciência sobre quem somos. Pense nisso! 
Pense na gratidão como um sinal de evolução. Pratique! Agradeça! Que Oxalá nos abençoe...

Todo o Amor da Criação

por - Alexandre Cumino - médium, sacerdote umbandista, mago, escritor e dirigente do Templo Escola Pena Branca.

Ser ou não Ser... Exu!

por - Rodrigo Queiroz - médium, sacerdote umbandista