Fonte - Globo News
Na Estrada Velha da Serra da Estela, na Região Serrana do Rio de Janeiro, há acesso ao Parque Ecológico dos Orixás. É uma região aonde seguidores do espiritismo, tanto da Umbanda quanto do Candomblé, se reúnem para realizar suas cerimônias religiosas.
Segundo Luiz Nunes, administrador do parque, hoje a região é uma terra abandonada, mas já teve diversas fazendas, que foram abandonadas devido à febre amarela que era ameaça no local. "Morreu muita gente de febre, isso aqui ficou abandonado e muita gente se apossou. Aqui, uma Federação toma conta, e todos os associados pagam anuidade. Com essa anuidade eles usam o espaço o tempo todo sem pagar nada", revela.
Enquanto a Coca-Cola, que comprou as terras do Vale há cerca de um ano, não ocupa o local, os religiosos realizam cultos de descarrego, batismo e iaô.
José Antonio Luiz Balieiro, Presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB), diz que o Parque Ecológico dos Orixás foi criado para o povo da Umbanda e do Candomblé fazerem seus trabalhos espirituais. "Através de muito esforço criamos o espaço onde as pessoas podem vir fazer suas oferendas, podem vir passar o dia, e inclusive temos áreas de lazer, vestiários feminino, masculino. Estamos trabalhando dentro da energia positiva, dentro da natureza, onde nós podemos reverenciar todos os Orixás no espaço que é deles", declara.
Há variedade de comida nas oferendas. Nas cerimônias, uma longa preparação em terra firme e uma parte final da água, quase sempre embalada por um canto e o ritmo das palmas. Uma delas é o ritual de iniciação, na qual uma pessoa se prepara para se tornar filha de um Orixá.
"Primeiro ela tem que agradar a todos os Orixás da Natureza, Oxum, Xangô, Oxossi, os Orixás do rio, da mata e das cachoeiras. Ela fica no roncó por 16 dias. Quando completa o último dia, ela vai sair no que se chama de barracão de santo, a casa do Candomblé", conta leda de Oxossi, mãe de santo.
Em uma cerimônia conduzida pelo Babalaô Leonardo para resolver um problema amoroso, alimentos foram dispostos em posições determinadas, e o sangue de um frango e uma pomba foram derramados nos pés de uma mulher. "Dentro do culto do Candomblé, a gente não faz sacrifício, a gente dá oferenda para o Orixá. A gente faz isso nos nossos trabalhos culturais", explica Walmir de Omulu, pai de santo.
Já na Umbanda, não existe oferenda de sangue, segundo o pai de santo. "A gente pega o pombo, que é o Divino Espírito Santo, faz a consagrações e solta ele vivo na mata", explica Walmir de Omulu, pai de santo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário