A doutrina de Umbanda estimula os procedimentos
corretos e incorporou aqueles mais afins com a própria natureza divina dos
Orixás.
A um médium é solicitado que conheça o mínimo
indispensável para que possa realizar as práticas de Umbanda e seus rituais.
Também é exigido que se estude um pouco, porque só assim entenderá tudo o que
acontece dentro de um templo de Umbanda durante a realização das giras de
trabalho.
Cada religião tem seus paramentos ou suas vestes
litúrgicas, e a Umbanda também tem os seus: vestes brancas.
Por que o branco é a cor preferencial da Umbanda?
O branco é a cor de Oxalá, o regente da Fé no
Ritual de Umbanda Sagrada. Logo, como a fé é o mistério religioso por
excelência, o astral tem estimulado o uso dos paramentos brancos. O simbolismo
da veste branca é bem visível, além de permitir uma uniformidade na
apresentação do corpo mediúnico.
Mas, se alguém se veste de branco e assume o grau
de médium, dele também se exige que purifique seu íntimo, reformule seus
antigos conceitos com relação à religiosidade e se porte de acordo com o que
dele esperam os Orixás sagrados, pois será estes que o ampararão daí em
diante.
A doutrina de Umbanda tem por objetivo primeiro o
auxílio espiritual, e estimula o despertar da consciência religiosa nos
médiuns. Os doutrinadores sabem que tem que ser pacientes, pois precisam lidar
com pessoas oriundas de outras religiões, nas quais já desenvolveram uma
consciência mais ou menos de acordo com o que pregam suas doutrinas.
A doutrina tem como um dos seus procedimentos
basilares nunca obrigar alguém a renegar a religião que praticava, pois
nenhuma religião deve ser renegada ou criticada.
O máximo tolerado pela doutrina é a crítica aos
mercadores da fé, aos fanatizastes líderes religiosos das doutrinas
obscurantistas, e, ainda assim, se eles forem os primeiros a agredir a religião
umbandista, como sempre ocorre, já que sentem uma ameaça invisível aos seus
feudos religiosos nas religiões libertadoras do espírito, como o são a Umbanda
e o Espiritismo.
As verdades semeadas pelos espíritos são
superiores às que eles semeiam e tratam logo de combatê-las. Mas, fora essas
escaramuças em nível terra, a doutrina de Umbanda reprova toda tentativa de
diminuir outras religiões, pois todas se fundamentam em Deus e em sua
divindades. Logo, o universalismo adotado pela doutrina de Umbanda não permite
críticas às outras religiões, tampouco obriga alguém a renegar sua antiga
crença.
Quem proceder de outra forma não é ainda, um verdadeiro
médium de Umbanda Sagrada, a mais ecumênica das religiões. Em seus templos
manifestam-se espíritos trazendo ainda vibrantes as suas antigas formações
religiosas que lhes possibilitaram a ascensão espiritual aos níveis superiores
da luz.
Manifestam-se espíritos vindos de todas as outras
religiões e regiões do planeta. Uns são hindus, outros são árabes, outros são
judeus, budistas, cristãos... e até índios brasileiros e negros africanos, os
seus fundadores espirituais.
Logo, dentro dos procedimentos recomendados está
o de absterem-se de qualquer crítica a outras religiões ou de alimentarem
preconceitos religiosos mesquinhos.
Outro procedimento recomendado é respeitar os
templos de todas as religiões e seus espaços religiosos, pois, aquele que na
respeita a casa alheia, não respeita a própria.
Se não consegue ver em um templo alheio uma morada
de Deus, então não é digno de dizer que, no seu templo, Ele habita. Em verdade,
onde as pessoas se reúnem para louvar a Deus, Ele ali se estabelece e se
manifesta, não importando que o invoquem com outros nomes que não o de “Olorum”
ou “Zambi”. Deus é único e os nomes que Lhe dão são apropriações humanas de
Suas qualidades divinas manifestadas há todos os tempos. Afinal, Ele é tudo em
Si mesmo e temos de invocá-Lo por um nome que mais nos fale ao coração, certo?
Outros procedimentos recomendados, e já bastante
divulgados, são relativos às práticas rituais:
• Em dia de trabalhos mediúnicos, não se deve comer
alimentos de difícil digestão ou ingerir bebidas alcoólicas, pois estas
entorpecem a mente a anulam a percepção extra-sensorial, assim como abrem o
campo mediúnico às vibrações negativas e estimulam o emocional dos médiuns;
• a mediunidade só deve ser desenvolvida com o
recurso da concentração dos cantos rituais e dos atabaques, e nunca com o
concurso de qualquer produto alucinógeno, o qual cria delírios emocionais e
animismos;
• médium desequilibrado deve ser afastado do
corpo mediúnico e encaminhado para tratamento médico- psicológico e espiritual;
• médium alcoolizado, ainda que minimamente, não
deve realizar trabalhos práticos, ou deles participar;
• médium que não realizar a higiene espiritual e
pessoal, tal como banho com ervas, firmar uma vela para o seu anjo da guarda,
firmar sua esquerda e direita, etc., não está apto a realizar um bom trabalho
mediúnico. Nessa higiene pessoal inclui-se a bucal, pois não há coisa mais
desagradável que um consulente ter que suportar o mau hálito de um médium
relapso.;
• estar sempre vestido com roupas limpíssimas;
• portar-se com respeito e silêncio dentro das
tendas – espaços consagrados as divindades e aos rituais religiosos
praticados dentro da Umbanda.
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