quinta-feira, 30 de maio de 2013

Oferendas na Umbanda Sagrada

por – Rodrigo Correia dos Santos, Médium e Sacerdote Umbandista

Nos rituais umbandistas e candomblecista têm uma prática muito utilizada que são as oferendas.
A oferenda significa um campo mágico aonde os Orixás e Guias espirituais irão absorver à “energia” presente naquela oferenda. Para se abrir uma oferenda não basta à quantidade, mas sim a qualidade, muitas vezes uma oferenda simples têm irá atingir seu objetivo melhor no de uma oferenda gigantesca.
Ouvimos muito das pessoas leigas sobre nossa religião dizer, para que ofertamos os Orixás e Guias, já que eles não podem comer o que esta sendo oferenda - do a eles. Os espíritos sobrevivem de “energias”, essas compostas em qualquer elemento natural de nosso Planeta, e de nossos corpos também, a partir do momento que somos energia vital para as manifestações dos espíritos.
Ao abrir uma oferenda num campo fechado “Terreiro”, ou num campo aberto “Natureza”, você estará desencadeando um portal energético onde ira desencadear milhões de energias para determinado Guia ou Orixá que será ofertado naquele momento.
Na oferenda cada elemento tem o seu direcionamento e campo de atuação, assim as bebidas também fazem parte da oferenda, como o fumo também tem sua função na oferenda junto com as velas. Todos esses elementos citados acima numa oferenda será tão poderosa, que os Guias e Orixás serão presenteados com uma bomba de energia, assim restabelecendo e equilibrando e fortalecendo aquele espírito.
Fazendo com que aquela entidade consiga trabalhar em todos os campos da pessoa que está lhe ofertando com a oferenda.
No Candomblé funciona da mesma forma, o que gera muito discussão tanto no meio religioso com fora dele e a utilização de animais nas suas oferendas. Os candomblecistas utilizam muito a prática do sacrifício de animas em suas oferendas devido ao “sangue” que é uma energia muito poderosa dentro da religião Africana.
O sangue significa a “vitalidade”  pura dentro das religiões Africanas, devido à essa energia que vimos todos os dias alguma oferenda contendo algum animal.
Na Umbanda não praticamos o sacrifico, utilizamos o “sangue verde”, é uma combinação de ervas referente aquele Orixá que será ofertado, pegamos o sugo da erva (o liquido de quando elas são todas maceradas juntas) e derramamos na oferenda, numa forma de não agredimos tão radicalmente o meio ambiente, substituindo assim o sangue animal.
Quando abrirmos uma oferenda estão atuando com  os quatros elementos (Ar, Fogo, Terra e Água), porque isso?
·         Ar – ativação através de charutos, cigarros.
·         Fogo – ativação através do círculo, triângulos e retângulos de velas.
·         Terra – ativação devido à oferenda estar num alguidar, ou está diretamente na terra.
·         Água – ativação através dos líquidos presentes na oferenda.

Que essas informações possam ajudar à todos a abrir oferendas magníficas energeticamente e fortalecendo ainda mais as Entidades e os Orixás.
Axé

segunda-feira, 27 de maio de 2013

CONHECER OUTROS TERREIROS ? - por Grin Xangô

Grin Xangô, fala nesse pequeno vídeo, um dos grandes pilares que as religiões Afro, precisam aprender, e a introduzir dentro da doutrina à "união" dos filhos de fé e Terreiros na Umbanda, e no Candomblé. Para que exija a consolidação da religião Afro.

sábado, 25 de maio de 2013

Povo Ciganos e Povo do Oriente qual a diferença na Umbanda Sagrada?

por - Rodrigo Correia dos Santos - Médium, Sacerdote Umbandista

Dia 24, de Maio para os ciganos e todos que admiram essa cultura, é a data mais importante por que se comemora dia de Santa Sara Kali, padroeira do povo cigano.
Na Umbanda quando ouvimos falar de Trabalho Cigano, significa que os espíritos que estarão em terra enviando pelo nosso Pai Maior, são espíritos de ciganos(a) legítimos indiferente de que área do planeta ele(a) tenha morado. O trabalho cigano na Umbanda consiste em passes energéticos, jogos de rúnas, baralho cigano, leitura de mão, com uma energia muito limpa e relaxante durante o trabalho. Esta é a gira mais aguardada durante os 12 meses do ano pela assistência.
Agora quando falamos dentro da Umbanda de Trabalho do Povo do Oriente, corresponde a espíritos de toda a região Oriental do Planeta, nessa gira costumam-se trabalhar espíritos Indianos, Hindus, Chineses, Japoneses, espíritos Mongóis (Mongólia) e muito outros, juntos com os ciganos. Nesse formato de gira cada espírito tem sua particularidade durante todo o trabalho de atendimento, com suas cerimônias, seus costumes e seus sotaques de origem.
Nesse tipo de gira a assistência passar a conhecer uma gama de magias diferentes, vindas dos países de origem dos espíritos.
Esses trabalhos os médiuns costumam vestir roupas alegres e bastantes coloridas exemplo: “mulheres usam saias vermelha, amarela, rosa, dourado(a), verde, vinho” , os “homens utilizam as também roupas coloridas a diferença que os médiuns usam uma faixa amarrada na cintura”. Outra particularidade no trabalho espiritual de ciganas é que as mulheres quando estão incorporadas com as ciganas elas utilizam a famosa “castanhola, e o pandeiro” para dar mais ritmo a curimbas.
Não são todas as casas que tem esse costume de utilizar a curimba nesses trabalhos, tem casa que preferem colocar um cd de músicas ciganas e deixar tocando baixando como som ambiente, numa forma de relaxarem os consulentes que estão na assistência. Como em toda festa cigana há muita comida, que são benzidas e dividas entre as entidades que estão em terra com a assistência para que todos possam receber o seu axé, conforme seus merecimento. Fora suas particularidades de cada cigano(a), eles também trabalham muito com flores, incenso, perfumes, trabalham com os quatros elementos (ar, fogo, terra, água). Sua danças sempre saúdam esses elementos numa forma de harmonizar e equilibrarem suas vibrações e direcionando-as para quebraram determinadas atuações de energia negativa, aberturas de caminho, os ciganos(a) trabalham muito de dentro para fora, ou seja, o lado emocional e sentimental do consulente.

Espero que esse texto possa ajudar, a entender qual a diferença entre o Trabalho Cigano e o Trabalho do Povo do Oriente na Umbanda.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

sábado, 18 de maio de 2013

INSTITUTO TAMBOR - Fabricação 100% artesanal em São Paulo - Sp

Localizada na Zona Oeste da cidade de São Paulo, o Instituto Tambor, através dos seus colabores fabricam instrumentos de percussão todos a artesanais com o cuidado e amor as raízes desse maravilhoso instrumento, que nos liga ao Divino, que aonde à tristeza vira alegria quando se tem um tambor tocando. Principal instrumento trazidos pelos negros, os tambores davam o ritmo dentro de suas senzalas trazendo alegria, amor e harmonia com todos os envolvidos a esse instrumento Divino.
O instituto tambor organiza festa voltadas as raízes da nossa queria e amada África, lecionam cursos de percussão trazendo a população a conhecer essa tradição que é muito rica.

Localização.
Rua Professor Arnaldo Amado Ferreira, 21 - Vila Sônia - Sp.




Feira Mística, 18 e 19 Maio São Paulo -sp

A Feira mistica do Estado de São Paulo será realizada no Parque da Água branca Z/O da cidade, procurando  trazer as tradições misticas para pessoas como "runas, baralho ciganos, oráculos" entre outras vertentes dentro do campo da magia. Entrada grátis.



quinta-feira, 16 de maio de 2013

Saudosos Tambores Africanos...


Eu vim de Angola, Senegal, Benin
Moçambique, Congo, Costa da Marfim
Meu pai era o Rei do Maracatu
Lutei nos Palmares com a Lança de Ogum
Oh! Linda situação, para o Negro vir dançar e cantar sua tradição
Já faz tantos anos eu não esqueci
Contra a lei do açoite lutava Zumbi
Mas hoje eu sei que de Norte a Sul
Batucam tambores os filhos da Oxum

Salve os Pretos Velhos, as Pretas Velhas, salve o povo de Aruanda, salve o povo da Mãe Africa, das Terras de além mar, salve esse povo guerreiro que nos trouxe a fé, a música, a dança, as tradições, as lutas, a energia, o axé, Salve Pai Joaquim das Almas, Salve Tia Maria, Salve Vó Dita, Vovó Catarina, Pai Serapião, Pai Sebastião e todos os Guias dessa linha abençoada!!!

Festa Bembé do Mercado é registrado como Patrimônio Imaterial da Bahia

fonte - Globo Bahia

A tradicional festa Bembé do Mercado foi registrada pelo Governo do Estado com Patrimônio Imaterial da Bahia, conforme publicação no Diário Oficial através do decreto nº14.129 no ultimo sábado (15). A festa acontece todos os anos no mês de maio, no município de "Santo Amaro" da Purificação, Recôncavo Baiano. A solicitação para tornar a festa como Patrimônio Imaterial partiu da sociedade civil através do Terreiro Ilê Axé Oju Onirê.
De acordo com informações inseridas no dossiê para  análise do registro cultural, a festa de Bembé teve inicio em 13 de maio de 1889, um após a abolição da escravatura no Brasil. A festa aconteceu porque os negros de Santo Amaro da Purificação resolveram festejar a liberdade, quando convidaram a comunidade de Candomblés da região para fazer um louvor aos Orixás. O festejo durou três dias com apresentações de "Maculelê, Capoeira e Samba de Roda".
O dossiê levantou informação de que, nos períodos em que a festa não aconteceu na cidade, ocorreram incidentes de grande relevância, como uma enchente, explosão de fogos no mercado municipal-matando mais de 100 pessoas deixando 500 feridas, além de diversos acidentes de automóvel.
O Bembé é o oitavo bem imaterial registrado no Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural. Além dele há a festa "Festa de Santa Bárbara" no centro histórico de salvador; o "Cortejo 2 de Julho", também na capital baiana; o "Carnaval Maragojipe", da cidade de mesmo nome, no Recôncavo Baiano; a "Festa da Boa Morte" em cachoeira, a Capoeira; o Desfile dos Afoxés em Salvador; e  o Ofício de Vaqueiro.

domingo, 12 de maio de 2013

ENTREVISTA COM NINO DENANI AUTOR DO LIVRO "SE MEU PAI É OGUM"

 


Boa Noite, internautas que acompanham o blog Tambores de Orunmilá.... sou Rodrigo Correia dos Santos administrador  responsável pelo blog, sou médium, ogã e sacerdote umbandista, com muita alegria e dando Luz ao site, entrevistamos Nino Denani  que ira lançar oficialmente seu primeiro livro, dia 19 de Maio, batizado com o título "Se meu Pai é Ogum'



Tamboresdeorunmilá - Nino qual foi a sua doutrina entre seus familiares, e como conheceu a Umbanda Sagrada?
Nino Denani - Eu conhecia a Umbanda de uma forma completamente despropositada: minha namorada na época tinha 2 filhas e precisávamos de uma babá e, não sei bem o porquê, essa moça só conseguiria conversar conosco no terreiro, antes da gira começar. Então fomos lá, a menina quis assistir aos trabalhos e eu acompanhei, super cético, o desenrolar de tudo. Lembro-me que me sentei no último banco, fiquei de braços cruzados e desconfiava de tudo. Só retornei porque ouvi, determinada hora, uma palavra do Exu chefe do terreiro que acabou me desarmando. Desde então não saí mais. Na época, meus pais já frequentavam, em segredo, esse terreiro e, por isso, para mim foi tudo mais fácil. O namoro acabou, comecei outro (com minha amada esposa) e hoje temos nossa própria casa, dirigida por ela, onde trabalhamos os 4 (meus pais, minha esposa e eu) e mais uma afilhada.

Tamboresdeorunmilá - Na sinopse do seu livro, você diz que é um "espiritualista livre" o que você quer dizer com essa afirmação?
Nino Denani - Quero dizer que não me prendo a uma determinada denominação espiritualista, não importa o nome que me dão ou que dão para o que eu faço; o que importa é ajudar um irmão necessitado. Sou um homem que preza muito pela informação, pela filosofia e pelo estudo então não consigo me circunscrever unicamente ao universo Umbandista puro e simples: amo a Umbanda, pratico a Umbanda, mas me sinto livre para transitar entre outras vertentes espiritualistas. É o que trago sempre no ARTEFOLK, por exemplo: muitas informações oriundas de outras doutrinas que a Umbanda acaba nos mostrando em sua forma peculiar.

Tamboresdeorunmilá - Como foi escrever o livro, voltado ao meio religioso, como a Umbanda onde tem como ícones Rubens Saraceni e Alexandre Cumino? Você se espirou neles em algum momento?
Nino Denani - Na verdade não, mas não foi por maldade. Eu tenho uma filosofia de vida que diz que temos que aproveitar todos os instantes de nossas vidas da melhor forma possível e o livro é resultado disso. De qualquer forma, Se Meu Pai é Ogum... não é um livro, necessariamente (apesar do nome) voltado ao público umbandista. Ele tem mais cada dos romances da Anne Rice (Entrevista com Vampiro, Merric) ou do André Vianco (Os Sete, O Sétimo, Bento) do que do Saraceni.

Tamboresdeorunmilá - Como você vê a Umbanda Sagrada hoje em dia?
Nino Denani - Amigo, vejo que a Umbanda esta dividida em duas frentes distintas e isso já me chateou muito, mas agora levo com mais calma. De um lado temos pessoas que transformaram a Umbanda em um comércio descarado, sem dó e piedade. Esse comércio esta criando médiuns que procuram mais os títulos de honra do que a prática da caridade. De outro temos pessoas que estão a mercê disso tudo, nadando contra a corrente. Mas tenho esperança que isso mude em breve.

Tamboresdeorunmilá - Com toda essa tecnologia que vivemos, como você observa essa junção de internet e religião?
Nino Denani - Bom... o meu amigo Augusta Prates, da Rádio Bandeirantes Carioca, costuma dizer  que eu sou uma pessoa polêmica na Umbanda, então vou responder e causar outra polêmica: Eu não vejo nenhum problema na utilização da tecnologia para auxiliar a um irmão. Vejo problemas em fazer uso disso para ganho próprio, usando o nome de seu Guia, como forma de se autopromover ou promover a casa. Eu tenho vários vídeos no meu canal do Youtube falando de Umbanda, de espiritualismo, de Magia, mas não uso nome de Guia nenhum para me justificar ou corroborar com o que eu falo. Acho divertido (não errado) alguns médiuns que colocam vídeos de "seus Guias" dando consulta...

Tamboresdeorunmilá - Qual opinião sobre as mídias e o modo de divulgação no meio umbandista?
Nino Denani - Então... acho que seria ótimo, se nós, brasileiros, não tivéssemos a necessidade de dar nosso jeitinho em tudo. O que me preocupa, na verdade, são as brigas que vejo acontecendo porque alguém coloca uma foto e outro diz que aquilo é mentira, é errado. Não sei o motivo que nos leva a duvidarmos de nosso irmãos tão rapidamente senão a arrogância. Isso me preocupa e o grande "ampliador" deste comportamento é a facilidade que a internet nos dá de podermos conhecer coisas diferentes

Tamboresdeorunmilá - A religião Afro-brasileira como o Candomblé e a Umbanda sempre foram ironizadas devido esses Pai de Santos (de poste) que trazem a pessoa amada em 10 dias, qual a sua opinião sobre essas pessoas? E até que ponto elas acabam denegrindo a imagem tanto da Umbanda quanto do Candomblé na sociedade?
Nino Denani - (risos).... Acho que eles também tem suas funções, como tudo no Universo. Às vezes, eles são a porta de entrada para que alguém conheça mais seriamente, depois, o caminho da espiritualidade. Tudo tem seu motivo de existir e eles também tem o deles. Claro que não recomendo ninguém a visitar uma pessoa assim, mas cada um tem seu caminho. Com relação a denegrir a imagem da Umbanda, acho que isso já foi assim um dia e talvez ainda seja em regiões mais afastadas das grandes capitais. Mas dentro dos grandes centros urbanos, isso já esta praticamente caindo no ridículo.

Tamboresdeorunmilá - O que você acha que falta para a sociedade começar a respeitar, ainda mais a Umbanda como uma religião de bem?
Nino Denani - Falta os Umbandista seguirem a Umbanda. A sociedade não nos vê como uma religião séria porque nós não somos sérios. Tenho uma luta longa com essa questão, mas quebrar o ego do Umbandista é uma coisa muito difícil de se fazer. Para que a sociedade nos aceite como pessoas de bem, com uma religião rica e linda, devemos, primeiro, aprender que somos todos Umbandistas e seguimos um único caminho, independente de algumas diferenças metodológicas de rito.
                       Nos não conseguimos nem nos juntar para fazer a "Marcha do Axé" ser um evento grande! Não conseguimos nos juntar para por nossas opinião na mesa com relação ao  Marcos Feliciano. Nós preferimos apontar nossos dedos para o nosso irmão de outro Terreiro e dizer que ele trabalha errado, independente de quantas pessoas ele ajuda. Se, então, nem nós nos consideramos sérios, quem dirá quem não conhece de verdade a Umbanda.

Tamboresdeorunmilá - O que motivou a produzir o livro "Se Meu Pai é Ogum"? Foi algum fato que marcou sua vida?
Nino Denani - Então, sim e não. Muito do que conto no livro é baseado em experiências próprias (a casa de jorge, protagonista, por exemplo era a casa onde eu morava na região da Vila Mirante, São Paulo. O pedido de casamento realmente aconteceu, etc),  e muita coisa é baseada em situações que vivenciava enquanto dormia mesmo. Algumas das visitas de Jorge ao mundo espiritual realmente aconteceram comigo. Mas a trama em si não aconteceu de verdade.

Tamboresdeorunmilá - Qual a mensagem que seus leitores terão do livro "Se Meu Pai é Ogum"?
Nino Denani - Antes de eu publicar esse livro ele foi lido por algumas pessoas próxima a mim, inclusive uma leitora da ARTEFOLK que ganhou a primeiríssima edição de todas e cada uma dessas pessoa absorveu uma moral diferente. É até interessante ver os comentários depois. Mas o que eu acho que mais marca nisso tudo é a questão espiritual se o mesmo mundo que o material: eles coexistem e se inter-relacionam o tempo todo.
                 E uma coisa que sempre me incomodou em outros títulos que, acho, consegui tirar no Se Meu Pai é Ogum... e, também que todos fazem parecer muito fácil retirar um espírito endurecido no mal de seu lugar de conforto: é só chegar e rezar. Eu não acho que seja assim, acho que é mais como tirar um traficante do morro que ele comanda ou um viciado em crack do mundo que vive: requer paciência, perseverança e, em alguns casos, força bruta.

Tamboresdeorumila - Como foi o processo de produção do livro?
Nino Denani - Acho que nisso houve um diferencial bem bacana: eu não escrevi um roteiro para ser preenchido com uma história depois. Eu me sentava no banco do metro e escrevia o que vinha a minha mente. Escrevia tão inconscientemente que, muitas vezes, notava que algumas palavras, até frases estavam pela metade... (riso), deu um certo trabalho digitar e revisar tudo depois...

Tamboresdeorunmilá - Durante o processo de produção, teve uma hora  que pensou em desistir? Qual?
Nino Denani - Não, não teve. Na verdade eu não levava o livro como um livro; não tinha grandes pretensões com o que estava fazendo. Era só uma forma minha de ocupar meu tempo e isso me realmente me distraía. Às vezes eu parava, quando tinha algum livro bom para ler, por exemplo, e depois retomava a escrita. Foi um processo bem gostoso, pra ser sincero.

Tamboresdeorunmilá - "Se Meu Pai é Ogum" terá uma continuação? Ou o próximo volume abordara uma assunto diferente?
Nino Denani - Essa questão é complicada... (risos)...Sim, terá uma continuação que já está em processo de escrita no mesmo estilo: pego o metro e vou embora! Ele terá um participação maior de Viviane, embora Jorge ainda será o protagonista. Nesse segundo capítulo, vamos conhecer mais de perto a história de Marcel e Mephistos. Mas já existe outro título pronto, um pouco mais sobre a filosofia e a Umbanda, que eu vou lançar, acredito, mais para o final do ano. Tenho mais três outros romances em processo de criação também e um deles não tem tema "espiritualidade" como abordamos nos romances espiritualistas.

Tamboresdeorunmilá - O Orixá Ogum é muito presente em sua vida, esse livro é uma homenagem a ele? Ou pode dizer que Jorge o personagem principal do livro, seria você mesmo, numa alta biografia?
Nino Denani - Não, não...(risos)...Jorge é um personagem fictício que passa por algumas situações que eu vivi, mas são minoria no relato. A escolha  de Ogum tem mais a ver com a personalidade do Jorge do que comigo: ele é um guerreiro mesmo, que não se importa em fazer o que deve ser feito por exemplo, protege um amigo. Conforme a leitura, vocês entenderão o que eu digo.

Tamboresdeorunmilá - Você escreve sobre a Umbanda a mais de quatro anos, o que motivou?
Nino Denani - Outra coisa que aconteceu em minha vida de forma inesperada: eu crie um blog, o ARTEFOLK, com a intenção de publicar alguns desenhos que eu fazia. Sou artista plástico de formação e meus desenhos tem muito de um movimento artístico conhecido como Arte Folk. Daí o nome do site. Só que a temática tinha a ver com a Umbanda e, sempre que eu colocava um desenho, escrevia alguma coisa sobre ele. Com o tempo, percebi que as pessoas comentavam muito sobre os textos que sobre os desenhos então acabei assumindo esse lado e passei a pôr minhas observações sobre o que eu via, ouvia e sentia, minhas conclusões a respeito das coisas.
                     Minha esposa, que tinha muito tempo de Umbanda que eu, também começou a escrever e nós fizemos tantos amigos nesse meio do caminho que não paramos mais. Fui me sentindo, com isso, na obrigação de estudar sempre mais e isso acabou se tornando um círculo vicioso. em 2013 eu resolvi fechar o ARTEFOLK por repúdio a comercialização exacerbada que a Umbanda vem sofrendo, mas recebi muitos protestos dos visitantes e acabei retornando de uma forma mais simples do que era antes. Agora não paro mais: Sou responsável pela parte de Umbanda da Revista Povo de Santo e Asé, publicada em Portugal pelo Pai Jomar e frequentemente meus textos são usados pelos amigos da Rádio Melodias de Terreiro, do Átila Nunes, Augusto Prates e Jô Castro Neves, que vai ao ar pela Rádio Bandeirantes do Rio de Janeiro.

Tamboresdeorunmilá - De tudo que você já presenciou na Umbanda, o que mais marcou você? E o que você pode dizer para as pessoas leigas que não conhecem sobre a religião?
Nino Denani - Essa questão é ótima porque a resposta para ela  muda a cada dia: até pouco tempo atrás a coisa que mais tinha me marcado era o teste prático de mediunidade que fazíamos no Terreiro onde fiz o rito de passagem. Mas o dia que abrimos nossa casa, com a Ana Lidia chefiando, foi ainda mais marcantes. Depois disso, a entrada de nossos primeiros filhos...Mas o que mais me marca, sempre, é ver o assistente sair do Terreiro sorrindo. Sempre que termina o passe eu sinto essa emoção, me enche os olhos de lágrimas.
                      Para nossos amigos e irmãos que são leigos eu só deixo uma mensagem: "Não importa o caminho escolhido, não importa os nomes que usamos, o que importa, no fundo é fazer um mundo melhor através da caridade e compaixão. O caminho é simples pois todos tem que ter a oportunidade de chegar a Deus, basta querermos."

quinta-feira, 9 de maio de 2013

O Batismo na Umbanda Sagrada

por - Rodrigo Correia dos Santos - Médium, Sacerdote Umbandista

A Umbanda como qualquer outra religião que existe no mundo  concede o ritual de "batismo", na Umbanda o batismo é a primeira consagração dentro religião.
Significa a apresentação da pessoa para o nosso Orixás e Guias Espirituais, o sacerdote não precisa realizar esse ritual "incorporado", isso era feito muitos anos atrás.
Não tem idade para ser consagrado na Umbanda, no caso de uma pessoa adulta for batizado não terá o mesmo efeito, porque ela já teve o primeiro batismo, normalmente feito na Igreja Católica. Se for feito o batismo numa criança recém-nascida esse ato se consolidará, ou seja, ela ganhará como se fosse um RG no plano espiritual.
O primeiro batismo funciona como um RG espiritual, é o que vale, não adiante uma pessoa ser batizada na Igreja Católica e depois de muitos anos ela for batizada em outra religião, porque nos olhos de Deus o que vale é o primeiro Batismo, a primeira apresentação ao Pai Maior.
O batismo fecha todos os caminhos aonde pode haver interferência de energia negativa tanto da criança como de um adulto e dando luz aquele espírito que está sendo batizado com as forças do nosso Pai Maior.
Na mesa do batismo de haver flores (coloridas), no centro da mesa uma vela para nosso Pai Oxalá no canto direito da mesa a vela do Pai, e no canto esquerdo a vela da Mãe espiritual da criança. O sacerdote deve pedir auxilio ao plano espiritual para que mostre quem são os pais e as mães que iram reger a criança naquele momento.
Na Umbanda usamos três elementos:

  • A água mineral consagrada (poder do mundo aquático);
  • A banha de carneiro consagrada (poder do mundo vegetal);
  • A pemba ralada consagrada (poder do mundo mineral);
  • O azeite d´Oliva consagrado (poder do mundo vegetal);
Obs: "A banha de carneiro é usado apenas em bebês, para não irritar a pele sensível e nem dar alergia na criança."

Durante todas essas etapas a curimba assim como os médiuns do Terreiro devem entoar pontos de consagrações para que as irradiações passam envolver a pessoa durante o batizado com as forças que ali irão se manifestar num ato de proteção aquela pessoa.
Passado o cruzamento o sacerdote ministrante deve pegar a criança (bebê) e abraça-la envolvendo dentro da sua vibração, feito isso levanta-rá a criança três vezes na frente do alta.

  1. Apresentação ao nosso Pai Maior Olorum;
  2. Apresentação ao nosso Pai Maior Oxalá.
  3. Apresentação a todos os Orixás, e aos padrinhos e madrinhas carnais e espirituais;
Feito isso o sacerdote ministrante apresentará a criança aos convidados e médiuns do Terreiro. E a curimba irá entoar pontos de festa parabenizando a criança e a família.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Como é Realizada uma Cerimônia Fúnebre na Umbanda Sagrada

por - Rodrigo Correia dos Santos - Médium e Sacerdote Umbandista.

Como todas as religiões a Umbanda também tem seu ritual "funebre". Ritual esse destinado a entregar o corpo carnal para a terra, e o envio do espírito para o plano espiritual, com total segurança e com o auxilio do nosso Pai Omulu e Pai Obaluaê.
Nesse processo de desencarne o espírito se encontra na irradiação de nosso Pai Omulu/Obaluaê, o corpo carnal já desativado funciona como uma "caixa", Pai Omulu/Obaluaê atuam no processo de desconectar o espírito do corpo e conduzi-lo em fim para a camada vibratória que nosso Pai Oxalá destinou aquele espírito.
Caso o corpo tenha alguma alteração ou modificação como "deficiência física", primeiro o corpo e o espírito entram na vibração da Mãe Iansa. Responsável pela reconstrução do corpo espiritual completado essa etapa, depois o corpo espiritual será entregue ao nosso Pai Omulu/Obaluaê.

Como Realizar o Ritual Funebre na Umbanda Sagrada
(texto extraído do livro "Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada - Rubens Saraceni, Editora Madras)

Primeira Parte
  1. Purificação do corpo com incenso.
  2. Purificação do corpo com água sagrada.
  3. Cruzamento do corpo com a pemba branca consagrada.
  4. Cruzamento do corpo com azeite d´Olivia consagrado.
  5. Borrifação do corpo com essências e óleos aromáticos.
Segunda Parte - Encomenda do Espírito

  1. Apresentação do falecido - o próprio sacerdote ministrante ou uma pessoa que conheceu bem o falecido deve neste momento da cerimônia fúnebre dizer algumas palavras sobre ele aos presentes.
  2. Palavras acerca da missão do espírito que encarna - o sacerdote ministrante deve recitar alguns textos escolhido por ele ou recitar de si mesmo algumas palavras acerca da missão do espírito que encarna e do que ele leva para o mundo dos espíritos quando do seu retorno à morada Maior.
  3. Prece ao Divino Criador Olorum (Deus...  Jesus Cristo) - Olorum, Senhor nosso Deus e nosso Divino Criador, ei-nos reunimos à volta do corpo carnal do teu filho (citar nome completo) que cumpriu sua passagem pela terra com fé, amor, e confiança, e não esmoreceu em momento algum diante das provações a que se submeteu para que pudesse evoluir e aperfeiçoar ainda mais a sua consciência acerca da Tua Grandeza, Senhor Nosso Pai! - Acolha essa espírito que já retornou ao mundo Maior, onde está a morada dos que o servem com humildade, fé e caridade Senhor Nosso Pai!- Envolva-o na Tua Luz Divina e o ampare-o  no Teu Amor eterno, Senhor Nosso Pai! - Amém.
  4. Canto a Oxalá - o sacerdote ministrante ou a Curimba deve puxar o ponto cantado de Oxalá, e após ele terminar deve dirigir algumas palavras a este Orixá Maior na Umbanda solicitando-lhe que acolha o espírito do falecido, ampare-o e direcione-o para as esferas superiores do mundo espiritual.
  5. Hino da Umbanda - o sacerdote ministrante ou a curimba deve cantar o Hino da Umbanda em homenagem ao espírito do falecido que durante a sua passagem pela terra seguiu a religião umbandista.
  6. Canto ao Orixá Obaluaê -  o sacerdote ou ministrante ou curimba deve cantar o ponto do Orixá Obaluaê e após ele terminar deve dirigir algumas palavras a este Orixá que é o Senhor das Almas e do Campo Santo para que acolha o espírito do falecido e ampare-o durante o transe de passagem do plano material para o plano espiritual direcionando-o para o seu lugar nas esferas espirituais.
  7. Canto ao Orixá de Cabeça do falecido - o sacerdote ministrante deve proferir algumas palavras sobre o Orixá de cabeça do falecido pedindo-lhe que ampare o espírito do seu filho(a) durante seu retorno ao mundo dos espíritos.
  8. Despedidas dos Presentes - todos os presentes, começando pelos seus familiares devem dar a volta no caixão onde está depositado o corpo do falecido despedindo-se dele e desejando-lhe uma vida luminosa e virtuosa no mundo espiritual.
  9. Fechamento da arca funerária (caixão) - o caxão deve ser fechado pela pessoa responsável pela funerária encarregado do seu enterro.
  10. Transporte do corpo ao cemitério - se esta cerimônia foi realizada no centro aonde o falecido frequentava ou em sua casa o caixão deve ser carregado pelos seus familiares e amigos até o veículo que fará o transportará até o cemitério onde deve ser enterrado. Mas se a cerimônia for realizada na capela do cemitério onde será enterrado, então o seu transporte deverá ser feito desde a capela até o túmulo através do meio que for recomendado pelos responsáveis pelo cemitério onde ele será enterrado.
  11. Enterro do corpo - o caixão após ser depositado dentro da cova deve  receber uma fina camada de pemba ralada antes que seja coberto de terra.
  12. Cruzamento da cova onde foi enterrado - após o túmulo ser coberto de terra e as flores serem depositadas sobre ele, o sacerdote ministrante deve cerca-la com pemba ralada criando um circulo protetor a sua volta, e deve acender quatro velas brancas, uma cima da cabeça, uma abaixo dos pés, uma ao lado direito e outra do lado esquerdo formando uma cruz, e proferir estas palavras: - "Divino criador Olorum, amado Pai Obaluaê, amado Pai Omulu, senhores guardiões do Campo Santo, aqui eu selo e cruzo a cova  onde (fulano de tal) teve seu corpo enterrado impedindo assim que ela venha a ser profana e  impedindo que seu espírito venha a ser perturbado por quaisquer ações que possam ser  intentadas contra ela a partir de agora! - Amém.


Dia 19 de Maio Lançamento do Livro - Se Meu Pai é Ogum.


Dia 19 de maio nossa Umbanda estará sendo presenteada com mais um livro com o lançamento, Se Meu Pai é Ogum. Este livro relata a história de Jorge um rapaz suburbano como outro qualquer, com seus anseios que de repente se vê envolto em um mundo totalmente novo. Aos poucos ele vai adentrando no mundo espiritualismo e se vê no centro de uma batalha entre um horda de espíritos e os médiuns de um terreiro. Se Meu Pai é Ogum trata do mundo da Umbanda com uma linguagem fácil, pela ótica de quem acabou de pisar em um Terreiro e tem toda uma sorte de descobertas pela frente.

Sobre o Autor

Nino Denani é espiritualista livre, mas atualmente trabalha no centro de Umbanda na cidade de São Paulo. É administrador do site ArteFolk e escreve sobre a Umbanda há mais de quatro anos, tento textos publicados em íumeros periódicos nacionais e internacionais. Esse é seu primeiro romance publicado e sua  continuação já está a caminho.

O lançamento vai acontecer no Domingo de 19/05 na Casa da vó Maria Rosa e Povo do Oriente, a partir da 17:00hrs. Av. Curuçá, 485 - Vila Guilherme - sp.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

13 DE MAIO DATA FESTIVA CORRENTE DE YORIMÁ OS PRETOS -VELHOS NA UMBANDA - por Rodrigo Correia médium e sacerdote umbandista


13 de Maio na Umbanda comemoram-se os dias dos saudosos e fraternos Pretos (a) – Velhas. Essa data é um dia histórico pela Abolição da Escravidão. Princesa Isabel assinou o documento que libertaria todos os escravos na época  Brasil Colônia.
Escravos esses humildes, um povo alegre, solidário, com uma bagagem mística incrível. Os Pretos (a) – Velhos são à imagem da humildade, da fraternidade e do carinho, batizados alguns como vovó, vovô, pai, mãe, nego, nega essa corrente que é a mais Africana da Umbanda, onde mirongas, rezas, benzeduras, fazem parte do seu ritual.
A alegria toma conta dos Terreiros nas sessões onde eles atuam forte, paras os estudiosos foram batizados com “psicólogos” dentro da religião. Sempre se reverenciam aos seus consulentes com respeito, com um sorriso meigo no rosto, onde a principal característica é o saber do “ouvir” pregando sempre a humildade, o respeito, o amor com o próximo. Esses espíritos em terra sofreram muito, mas no plano espiritual tiveram todas as respostas e descobriram que a missão deles teria que passar por todas aquelas provações.
Preto – Velho pode ser de congo, de guiné, de angola, ketu carregam os mistério das famosas mirongas, os famosos segredos das rezas e benzeduras em si Farto conhecedor da vida, no plano espiritual atua em todas as áreas, e tem permissão pra entrar em qualquer reino, em qualquer faixa vibratória pode ela ser no alto ou no em baixo.
Seus filhos tem puro conhecimento nos assuntos relacionados a ancestralidade, são pessoas passivas, com muita alegria de viver. Dentro do Terreiro são ótimos médiuns de cura, quebra – demanda benzedores, caso o médium atue na curimba são especialista em pontos de descarrego, pontos de cura. Chamam atenção facilmente pela sua forma de tocar e conduzir a sessão de atendimento espiritual.
Maio é o mês de colocarem fogo nos cachimbos, colocarem café nas canecas, preparar o famoso bolo de fubá que os saudosos espíritos da linha de Yorimá estão vindo trazendo seus patuás e de proteção.
Que todos possam ser abençoados por essa maravilhosa corrente das almas.

Salve as Almas, adorei as Almas.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Obaluaê e Omulu - por Norbel Peixoto

Norbel Peixoto, fala um nesse pequeno vídeo um pouco sobre o Orixá Obaluaê e Omulu algumas característica entre esses dois Orixás de muita luz, dentro da Umbanda Sagrada.